
Irã chama ataque de Israel de ‘declaração de guerra’ e diz que vários comandantes foram mortos; Trump dá ultimato por acordo nuclear
13 de junho de 2025 10:45Israel realizou um ataque ao Irã na madrugada de sexta-feira (13), noite de quinta-feira (12) no horário de Brasília. O bombardeio, diz Israel, teria mirado infraestruturas nucleares iranianas. O bombardeio matou o chefe da Guarda Revolucionária do Irã, Hossein Salami, e o chefe das Forças Armadas do país, Mohammad Bagheri. Dois cientistas nucleares também foram mortos. O Exército israelense atingiu dezenas de alvos no território iraniano. Explosões foram registradas em Teerã e em outras cidades do país. Os EUA não tiveram envolvimento na operação, segundo o secretário de Estado americano, Marco Rubio.
Segundo Israel, o Irã está muito perto de ter uma arma nuclear. “Estamos em um momento decisivo na história de Israel”, disse o premiê Benjamin Netanyahu. O líder supremo do Irã, o aiatolá Ali Khamenei, disse que Israel receberá um “destino amargo”. “Estamos em um momento decisivo na história de Israel”, disse. Em seu discurso, gravado antes dos ataques, Netanyahu afirmou que o principal alvo é a usina iraniana de Natanz. O primeiro-ministro disse que a operação militar tem como objetivo deter “a ameaça iraniana à própria sobrevivência de Israel” e que os ataques continuarão “por quantos dias forem necessários”.

Mais tarde, nesta sexta, Israel afirmou que o Irã lançou mais de 100 drones contra o território israelense. A população foi orientada a permanecer próxima de abrigos e evitar áreas abertas. O Irã afirmou que o ataque foi uma “declaração de guerra”. O ministro das Relações Exteriores iraniano, Abbas Araghchi, pediu em carta enviada à Organização das Nações Unidas (ONU) que “trate imediatamente dessa questão”.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, pressionou o Irã por um acordo nuclear “antes que não sobre mais nada”. “O Irã precisa fazer um acordo, antes que não sobre nada, e salvar o que um dia foi conhecido como o Império Persa. Chega de mortes, chega de destruição, apenas façam isso antes que seja tarde demais”, escreveu Trump em seu perfil na rede Truth Social.
“Eu avisei que seria muito pior do que qualquer coisa que conhecessem, esperassem ou tivessem sido informados, que os Estados Unidos fabricam os melhores e mais letais equipamentos militares do mundo — de longe — e que Israel possui muitos deles, com muito mais a caminho — e eles sabem como usá-los”, escreveu.

Ainda nesta sexta-feira, Israel fez novos bombardeios no Irã. Segundo veículos estatais iranianos, os ataques atingiram uma usina nuclear em Natanz, no centro do país, considerada “o coração do programa de enriquecimento” de urânio. Um aeroporto militar em Tabriz, no noroeste, também foi atingido.
Itamaraty: ataques “ameaçam mergulhar toda a região em conflito de ampla dimensão”
O Itamaraty emitiu, na manhã desta sexta-feira (13), uma nota oficial condenando os ataques aéreos realizados por Israel contra o território do Irã nesta madrugada. “A ofensiva aérea israelense lançada na última madrugada contra o Irã representa uma clara violação à soberania desse país e ao direito internacional”, afirma o comunicado, que expressa “forte preocupação” com a escalada do conflito. A nota adverte que os ataques “ameaçam mergulhar toda a região em conflito de ampla dimensão, com elevado risco para a paz, a segurança e a economia mundial”.
O Brasil, que ocupa posição de destaque em organismos multilaterais e vem defendendo soluções diplomáticas para os principais conflitos globais, voltou a apelar pelo diálogo e pela contenção. “O Brasil insta todas as partes envolvidas ao exercício da máxima contenção e exorta ao fim imediato das hostilidades”, diz o texto.
A posição brasileira é coerente com sua tradição diplomática de defesa da não intervenção, do multilateralismo e do respeito à soberania dos Estados. O governo do presidente Lula tem se posicionado sistematicamente contra ações militares unilaterais que agravam tensões geopolíticas, como ocorreu também em relação ao conflito na Faixa de Gaza e à guerra na Ucrânia.
Imagem de bombardeio israelense em Teerã: ataques foram relatados em diversos pontos da cidade. Foto: SEPAH News/AFP.
Fonte: Informações da CNN, O Globo, Globonews e agências internacionais