Limpa pré-eleitoral: emissora, pressionada, emite comunicado após demissão de 3 jornalistas da GloboNews, que não estavam “encaixados”

É, as eleições 2026 estão chegando – e isso está provocando reflexos na principal corporação da mídia mainstream, que está peneirando quem deve ou não ser demitido, a partir de seu perfil profissional e posições políticas recentes. A GloboNews anunciou oficialmente nesta segunda-feira (4) a demissão de três nomes de destaque de seu time de jornalistas: a apresentadora Daniela Lima e os comentaristas políticos Mauro Paulino e Eliane Cantanhêde. A informação foi divulgada pela própria emissora em comunicado,, de acordo com o jornal Folha de S.Paulo. 

“Como parte do movimento permanente de renovação do quadro do canal, Eliane Cantanhêde, Daniela Lima e Mauro Paulino não integram mais o time da GloboNews. A GloboNews agradece a eles a valiosa parceria na apresentação e análise dos importantes acontecimentos políticos do Brasil e do mundo”, informou a nota da emissora.

Mauro Paulino, sociólogo e especialista em pesquisas eleitorais, havia sido contratado em junho de 2022 para reforçar a cobertura política da emissora. Com uma trajetória de 35 anos no instituto Datafolha, ele se notabilizou por análises técnicas sobre comportamento do eleitorado, especialmente durante o período de tensionamento institucional no governo Jair Bolsonaro. Sua presença na GloboNews era considerada estratégica para esclarecer os ataques às pesquisas que marcaram aquele período.

Em 2024, Paulino enfrentou um afastamento por questões de saúde, ficando fora da programação por cerca de quatro meses. Seu retorno ao vídeo foi marcado por manifestações públicas de apoio de colegas e espectadores. A demissão, no entanto, interrompe sua participação em um momento de recuperação e reintegração ao trabalho.

Daniela Lima, por sua vez, vinha comandando programas políticos de destaque na grade do canal e se consolidou como uma das principais apresentadoras da GloboNews. Eliane Cantanhêde, veterana da cobertura política em Brasília, também era uma presença constante nos debates e análises da emissora.

A emissora não divulgou até o momento quem serão os substitutos nos espaços ocupados por Daniela, Mauro e Eliane.

Pesquisa pode ter gerado demissões

A saída da jornalista Daniela Lima da GloboNews pode marcar o início de uma reformulação editorial mais ampla no canal de notícias do Grupo Globo. A decisão foi influenciada por uma pesquisa encomendada pela própria emissora ao instituto Quaest, que revelou insatisfação de parte dos assinantes com o tom considerado ‘de esquerda’ de parte da programação e a postura de alguns apresentadores. A informação foi divulgada pelo colunista Gabriel Vaquer, do site F5, da Folha de S.Paulo.

Segundo a apuração, o levantamento foi conduzido durante o segundo trimestre deste ano e reuniu percepções do público sobre o conteúdo editorial da GloboNews. Uma das principais conclusões foi a associação da emissora à esquerda política, especialmente por seu suposto alinhamento com discursos de partidos como PT e Psol.

Além disso, os participantes demonstraram desconforto com o estilo adotado por apresentadores e comentaristas, citando especificamente comportamentos irônicos e debates acalorados transmitidos ao vivo. Termos como “gracinha” apareceram em destaque em uma nuvem de palavras formada a partir das respostas dos entrevistados.

 De acordo com a reportagem, Daniela Lima foi percebida pelos assinantes como a principal representante do viés progressista criticado na pesquisa. Além de sua postura em análises políticas, também pesaram contra a jornalista postagens nas redes sociais com críticas a ministros mais conservadores do Supremo Tribunal Federal (STF).

A Globo nega uma caça às bruxas dentro da corporação jornalística.

• Imagem gerada em IA
• Fonte: Folha de S.Paulo/Brasil 247