Deu a louca no patrão: Trump anuncia tarifa de 100% contra a China

10 de outubro de 2025 18:51

“Química” com o Brasil – pelo menos até o próximo surto -, metanol para a China. O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump – que faz o que lhe dá na telha, no caso um complexo sistema de engenharia capilar que sustenta a franja do republicano, que prefere parecer o Biro-Biro de chapinha a admitir a calvície -, afirmou nesta sexta-feira, 10, que irá impor tarifas adicionais de 100% (!) contra a China a partir de 1º de novembro. Trump está desesperado com o plano meticuloso da potência oriental, com 1,409 bilhão de habitantes, para dominar o mundo e se tornar uma superpotência industrial, com participação nos contêineres de exportação globais já beirando os 40%.

Mais cedo, ele subiu o tom contra o país, ao acusá-lo de controlar a exportação de elementos ligados às terras raras, ameaçou aumentar tarifas e afirmou não ver mais motivo para se reunir com o presidente chinês, Xi Jinping. É o modo Trump de fazer guerra – seja fornecendo mísseis, seja cercando um país independente com uma frota naval, seja com tarifas comerciais- falem mal, mas fale de mim. E queria ganhar o Nobel da Paz!

Os dois líderes teriam um encontro previsto para o fim do mês, nos bastidores da Cúpula da Cooperação Econômica Ásia-Pacífico (APEC), na Coreia do Sul. Segundo Trump, “agora não há motivo algum” para que a reunião ocorra. Pequim não havia confirmado publicamente o encontro.

Em uma publicação na Truth Social, o republicano afirmou que os EUA estão avaliando um “aumento massivo” nas tarifas de importação sobre produtos chineses e que outras medidas retaliatórias estão em estudo. Não deu outra. Depois que perdeu o Nobel da Paz, então, ninguém segura o AntiCristo.

“Uma das políticas que estamos calculando neste momento é um aumento massivo nas tarifas sobre produtos chineses que entram nos Estados Unidos. Há muitas outras medidas de retaliação que também estão sendo seriamente consideradas”, escreveu o presidente.

A medida pode reativar uma guerra comercial de retaliações mútuas que Washington e Pequim haviam pausado após uma extensa rodada de negociações diplomáticas no início do ano.

Em sua postagem, Trump também afirmou que a China tem enviado cartas a países de todo o mundo, anunciando planos de impor controles de exportação sobre todos os elementos usados na produção de terras raras.

  • 🔎 As terras raras são um grupo de 17 elementos químicos encontrados em abundância em vários países. A maioria desses minerais está concentrada em dois pontos: na China e no Brasil. São imprescindíveis para a indústria e estão presentes em tecnologias de ponta, como chips para celulares e computadores.

“Ninguém jamais viu algo assim; essencialmente, isso ‘congestionaria’ os mercados e tornaria a vida difícil para praticamente todos os países do mundo — especialmente para a própria China”, afirmou o republicano.

“Mas os EUA também têm posições monopolistas, muito mais fortes e abrangentes do que as da China. Eu simplesmente não escolhi usá-las antes porque nunca houve motivo para isso — ATÉ AGORA!”, acrescentou.

Impacto nos mercados

O ataque inesperado de Trump teve impacto imediato sobre os mercados norte-americanos, com o índice de referência S&P 500 caindo 2% após sua publicação nas redes sociais. As declarações levaram investidores a buscar refúgio em títulos do Tesouro dos EUA, o que fez os rendimentos desses papéis caírem, além de impulsionar o preço do ouro. O dólar americano enfraqueceu em relação a uma cesta de moedas estrangeiras.

A Casa Branca e a embaixada chinesa em Washington não se posicionaram sobre o assunto até a última atualização desta reportagem.

Um porta-voz do representante de Comércio dos EUA não quis comentar, enquanto um porta-voz do Tesouro americano não respondeu imediatamente aos pedidos de comentário da agência Reuters. Esses dois órgãos lideram as negociações comerciais com Pequim.

Controle chinês

A China anunciou na quinta-feira, 9, a inclusão de cinco novos elementos à lista de controle de exportações, além de aumentar a vigilância sobre usuários de semicondutores e incluir dezenas de tecnologias de refino na lista de restrições.

O governo chinês também passou a exigir que produtores estrangeiros de terras raras que utilizem materiais chineses cumpram as regras do país.

A China produz mais de 90% das terras raras processadas e dos ímãs de terras raras no mundo.

  • Donald Trump aponta para o seu ponto mais vulnerável: seu cérebro. Foto: Christopher Furlong/Getty
  • Fonte: G1, com agências internacionais

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