Alívio global: China confirma acordo comercial com Estados Unidos

27 de junho de 2025 12:03

Um dia depois de o secretário de Comércio dos Estados UnidosHoward Lutnick, ter anunciado um acordo comercial com a China, autoridades do regime de Pequim confirmaram o entendimento nesta sexta-feira (27/6), indicando uma possível trégua na guerra tarifária entre as duas maiores economias do mundo.

No início do mês, representantes comerciais de EUA e China avançaram nas negociações em uma série de reuniões em Londres.

“Nos últimos dias, após a aprovação, ambas as partes confirmaram detalhes sobre o acordo”, informou um porta-voz do Ministério do Comércio da China, por meio de um comunicado.

“A parte chinesa analisará e aprovará os pedidos elegíveis para exportação de itens controlados, de acordo com a lei. A parte americana, consequentemente, cancelará uma série de medidas restritivas tomadas contra a China”, prossegue a nota.

Poucos detalhes sobre o acordo foram divulgados após as reuniões entre chineses e norte-americanos em Londres, em conversas que foram lideradas pelo secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, e pelo vice-primeiro-ministro chinês, He Lifeng.

“Agilização de remessas de terras raras para os EUA novamente”.

O governo dos EUA disse ainda que o entendimento é “sobre como podemos implementar a agilização de remessas de terras raras para os EUA novamente”.

“Eles vão nos entregar terras raras e, quando fizerem isso, retiraremos nossas contramedidas”, explicou Lutnick.

No começo do mês, o presidente dos EUA, Donald Trump, afirmou que os dois países haviam chegado a um acordo por meio do qual a China forneceria ímãs e minerais de terras raras e os EUA permitiriam a entrada de estudantes chineses em universidades.

Terras raras

Nessa quinta-feira (26/6), a Casa Branca anunciou que o governo norte-americano e a China “concordaram com um entendimento adicional para uma estrutura para implementar o acordo”.

Essenciais na fabricação de turbinas eólicas, motores de veículos elétricos e equipamentos eletrônicos, os Elementos Terras Raras (ETRs) são um conjunto de 17 elementos químicos que, apesar de abundantes, são encontrados em baixas concentrações e demandam um complexo processo de extração e separação até se tornarem ligas e ímãs permanentes – produto final mais utilizado pela indústria na transição energética.  

Assim como outros minerais críticos e estratégicos, os ETRs estão no centro de negociações geopolíticas, uma vez que suas reservas e produção estão sob domínio de poucos países.

No caso das Terras Raras, a China detém cerca de 40% das reservas e 70% da produção, hegemonia conquistada a partir dos anos 2000, mas com investimentos que começaram há 40 anos. Quando se trata da fabricação de ímãs a partir de ETRs, especificamente, o monopólio asiático ultrapassa 90%.

O Brasil tem a segunda maior reserva (19%), mas apenas 0,02% da produção mundial: 80 toneladas das 350 mil produzidas em todo mundo. Projeções da Empresa de Pesquisa Energética (EPE) apontam que a demanda pelos ETRs no país deve crescer 6 vezes de 2024 para 2034, saltando de cerca de 1 mil toneladas para mais de 6 mil.

Imagem gerada a partir de IA
Fonte: Metrópoles/Infomoney, com agências internacionoais

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