Daniel Noboa, presidente do Equador, teria sido alvo de tentativa de assassinato

8 de outubro de 2025 03:00

O presidente do Equador, o direitista e polêmico Daniel Noboa, filho de um empresário do setor bananeiro, que, desde a campanha está sempre cercado por um forte esquema de segurança, teria sido alvo de uma tentativa de assassinato nesta terça-feira, 7, segundo integrantes do governo, mas não teria se ferido. Ele se reelegeu com o compromisso de dobrar a aposta para enfrentar um narcotráfico audacioso.

A tentativa de assassinato contra o presidente Daniel Noboa teria ocorrido durante incidentes no cantão de El Tambo, província de Cañar, durante uma visita. Foto: API

Com pouca experiência política, Noboa se tornou, aos 35 anos, o presidente mais jovem da história do Equador. Mas “nada se resolve em um ano”, repetia o chefe de Estado, hoje com 37 anos, com a aspiração de permanecer no poder com suas políticas de linha-dura contra as máfias. Os narcotraficantes “nunca imaginaram que eu teria colhões para declarar guerra contra eles”, disse à revista New Yorker em junho.

Mesmo sendo um dos presidentes mais populares da América Latina, as pesquisas previam um segundo turno acirrado contra a esquerdista Luisa González, herdeira política do ex-presidente Rafael Correa (2007-2017).

Nascido nos Estados Unidos e formado em prestigiosas universidades estrangeiras, Noboa foi eleito para completar até maio o mandato de Guillermo Lasso. O ex-presidente dissolveu o Congresso e abriu o caminho para a realização de eleições antecipadas para fugir da destituição em um julgamento político por corrupção. Noboa é sommelier, quis ser músico quando era mais jovem, tentou ser vegetariano e é apaixonado por carros, cavalos e guitarras, segundo familiares próximos.

O “ataque

O ataque teria ocorrido quando o carro de Noboa chegava a um evento na província de Cañar, na região central do país, , onde deveria chegar para entregar obras de esgoto e títulos comunitários.. De acordo com a ministra da Energia, Inés María Manzano, o veículo foi cercado por dezenas de pessoas.

Manzano disse que o carro em que estava o presidente ficou com marcas de bala, indicando que criminosos dispararam contra o veículo. O grupo também teria atirado pedras. Pelo menos cinco pessoas foram presas, segundo a ministra, e serão processadas por terrorismo.

A Ministra de Energia e Minas, Inés Manzano, compareceu à Procuradoria-Geral da República para registrar uma denúncia por tentativa de homicídio contra o presidente equatoriano. Foto: Carlos Granja Medranda/El Universo

“Antes de chegarmos ao estádio, 500 pessoas apareceram e atiraram pedras, e há marcas de bala no carro do presidente. Graças a Deus, nosso presidente, muito firme e corajoso, está seguindo em frente, cumprindo sua agenda normalmente”, disse.

Noboa enfrenta uma onda de protestos de povos indígenas contra o aumento do preço do diesel. No sábado, 5, ele declarou estado de emergência em 10 das 24 províncias do país, segundo a agência EFE.

“Isso não ficará impune (…) não permitiremos isso. O Equador diz sim à paz e ao trabalho”, afirmou o ministro, especificando que os autores desses ataques não são das comunidades indígenas ancestrais, mas sim de certos grupos, que devem enfrentar toda a força da lei”, reiterou Manzano, uma das poucas a presenciar e descrever o ocorrido.

A mídia equatoriana cobre o caso com cautela, tentando entender como um presidente ameaçado e tão vigiado se dirige a um local e é rapidamente cercado por centenas de agressores. Também estranha não haver, até um momento, uma aparição – ainda que nas redes – do próprio presidente para mostrar que se encontra íntegro.

  • A caravana do presidente Daniel Noboa foi atacada na província de Cañar. Foto: Foto: Presidência da República
  • Fonte: G1/El Universo (Equador), com agências internacionais

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