Cláudio Castro diz que chacina policial que matou mais de 130 foi um “sucesso”

29 de outubro de 2025 14:30

O governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), classificou como um “sucesso” a megaoperação policial que deixou ao menos 124 mortos em comunidades da capital fluminense. As declarações foram feitas nesta quarta-feira (29), após reunião com a cúpula da segurança pública do estado e governadores aliados. Segundo ele, “de vítimas lá só tivemos os policiais”. As informações são do jornal O Globo.

Enquanto o governador falava no Palácio Guanabara, cerca de 60 corpos eram retirados da Praça São Lucas, no Complexo da Penha, Zona Norte da cidade, e encaminhados ao Instituto Médico Legal (IML) para identificação.

Encontro com governadores aliados

Castro participou, por videoconferência, de um encontro com os governadores Tarcísio de Freitas (Republicanos, SP), Romeu Zema (Novo, MG), Ronaldo Caiado (União Brasil, GO), Jorginho Mello (PL, SC) e Mauro Mendes (União Brasil, MT). O grupo analisou os desdobramentos da operação contra o Comando Vermelho, realizada na véspera.

“Fiquei feliz em ver que todos eles perceberam o impacto de algumas decisões judiciais no fortalecimento dessas organizações criminosas no Rio. Vejo isso como o início de um novo momento em que poderemos livrar os fluminenses — e também os brasileiros — da criminalidade”, afirmou o governador.

Castro destacou ainda que a ação representou “um duro golpe” nas facções. “Nós não furtaremos de fazer a nossa parte”, completou.

Críticas ao governo federal

Policial apreensivo com estado de saúde de colegas baleados durante a operação. Expostos pelo Governo do Rio. Érica Martins/O Dia

Em tom de enfrentamento, o governador rebateu declarações de autoridades federais que criticaram a operação. “Eu queria deixar uma fala muito clara. O governador desse estado e nenhuma secretaria vai ficar respondendo qualquer ministro ou outro agente que queira transformar esse momento em uma batalha política”, disse.

Ele reforçou que o governo do Rio busca cooperação, não confronto: “Quem quiser somar, estará muito bem-vindo. Aos outros, o nosso único recado é: suma. Ou soma, ou suma. Não entraremos nessa armadilha de querer polarizar ou politizar uma das maiores ações que já fizemos”.

Espera por apoio técnico da União

Castro afirmou ainda acompanhar a reunião convocada em Brasília e disse esperar uma resposta prática do governo federal, inclusive com o envio de representantes ao Rio. Segundo ele, “toda ajuda será bem-vinda, mas será técnica e ordeira, sem politicagem”.

O governador ressaltou que muitos chefes do crime em outros estados têm ligação com facções cariocas. “Os governadores têm a percepção de que grande parte das lideranças criminosas de seus estados passa por aqui”, observou.

  • Cláudio Castro, o governador da maior chacina policial na história do Rio: “de vítimas lá só tivemos os policiais”. Foto: Joédson Alves/Agência Brasil
  • Fonte: O Globo/Brasil 247

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