É pau, é pedra, é o fim do caminho. Caravana de Milei é atacada por manifestantes em Buenos Aires

27 de agosto de 2025 18:48

O presidente da Argentina, Javier Milei, foi retirado por sua equipe de segurança de uma caravana pública na província de Buenos Aires, nesta quarta-feira (27), depois que manifestantes atiraram objetos em seu carro, inclusive pedras, de acordo com testemunhas da Reuters.

Milei estava em campanha para as próximas eleições de meio de mandato, agendadas para 7 de setembro, quando manifestantes começaram a atirar garrafas e pedras. O porta-voz de Milei, Manuel Adorni, disse que não houve feridos.Em uma publicação nas redes sociais, Adorni atribuiu o ataque à “militantes da velha política” e declarou “kirchnerismo em estado puro”.

Veja imagens no UOL e CNN.

A afiliada da CNN na Argentina, TN (Todo Noticias), relatou que Milei e toda a comitiva presidencial foram retirados com urgência quando a caravana chegou à Praça Lomas de Zamora, na cidade de mesmo nome, na região metropolitana da capital argentina.

Após o ocorrido, o próprio presidente foi às redes sociais e publicou uma foto na residência oficial Quinta de Olivos. Milei disse que “os kukas atiraram pedras por falta de ideias, recorreram outra vez à violência”.

O que aconteceu

Milei deixou o local em uma motocicleta. Ela estava acompanhado da sua irmã, Karina Milei, e do deputado José Luis Espert. As informações foram publicadas pela imprensa argentina. “Pedras caíram muito perto do presidente. A situação ficou muito violenta”, disse Espert, que é candidato ao Senado pelo partido A Liberdade Avança.

A carreata foi suspensa por motivos de segurança. O evento faz parte da campanha para as eleições legislativas em Buenos Aires, marcadas para 7 de setembro. Milei está apostando que uma vitória nas eleições legislativas de outubro permitirá que ele aprofunde seu projeto ultraliberal, que atualmente sofre forte oposição no Congresso.

O ataque ocorre no momento em que o Ministério Público da Argentina está investigando a suspeita de envolvimento da irmã do presidente Javier Milei – em sua primeira aparição públicado, ao lado do irmão-presidente, depois do esccândalo de corrupção. Karina Milei seria a principal beneficiada de um esquema de desvio de dinheiro de contratos da Agência Nacional para Pessoas com Deficiência com uma farmacêutica.

Em áudios obtidos pela imprensa, o ex-diretor da agência, Diego Spagnuolo, fala sobre o pagamento de propina à irmã do presidente na compra de medicamentos.

Spagnuolo diz que o valor desviado é de até 8% de cada contrato, em torno de 500 a 800 mil dólares por mês, e que Karina recebe cerca de 3%.

Karina Milei é Secretária da Presidência. Diego Spagnuolo pertence ao ciclo íntimo de Javier Milei, e em outro trecho afirma já ter alertado o presidente sobre o esquema de corrupção. E avisa que tem guardadas todas as mensagens de Karina.

Semana passada, Milei demitiu Spagnuolo. A polícia apreendeu dois celulares do ex-diretor e ele foi proibido de deixar o país.

A polícia também apreendeu telefones e documentos dos irmãos Kovalivker, sócios da farmacêutica Suizo Argentina. Um dos irmãos foi interceptado quando tentava fugir com 266 mil dólares em espécie, cerca de R$ 1,4 milhões. O outro está foragido.

Até 2024, os contratos da farmacêutica com o Estado totalizavam 3 milhões de dólares. Em 2025, esse valor já supera os 80 milhões.

Essa não é a primeira vez que a família Milei é investigada por corrupção desde o início do governo. Em fevereiro, o presidente Javier Milei foi acusado de fraude financeira ao promover uma criptomoeda recém-criada, que causou prejuízos a milhares de pessoas.

  • Passou perto: retirado de carreata após ser atacado com pedras e garrafas, logo após de aproximar de multidão durante carreta. Juan abromata/AFP
  • Fonte: CNN Brasil/UOL/Reuters

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