
Avião da CIA pousa no Brasil em meio a ameaças de Trump e cerco à Venezuela
19 de agosto de 2025 20:46Um Boeing 757 sem identificação externa chamou a atenção ao aterrissar no Aeroporto Salgado Filho, em Porto Alegre, nesta terça-feira (19). A aeronave, pertencente ao governo dos Estados Unidos, é conhecida por operar em missões especiais e está frequentemente associada à CIA — a Agência Central de Inteligência dos Estados Unidos. O avião vai decolar da capital gaúcha às 20h25 com destino ao Aeroporto Internacional de São Paulo.
A informação foi antecipada pelo portal especializado Aeroin e confirmado peo Globo. A Fraport, operadora do terminal de Porto Alegre, confirmou que o pouso do jato na tarde desta terça. O avião não exibe nenhum registro em sua fuselagem branca e é chamado no mundo militar como C-32B, um modelo modificado do Boeing 757-200. Diferente do C-32A, utilizado para transporte oficial de autoridades da Casa Branca, o C-32B é operado pelo 150º Esquadrão de Operações Especiais da Força Aérea Americana.
O grupo é baseado em Nova Jersey, e esse avião costuma ter como função principal transportar equipes de ação rápida do Departamento de Estado, compostas por diplomatas, militares de elite e agentes de inteligência.
A missão atual começou em 18 de agosto, partindo de Nova Jersey até Porto Alegre, com escalas em Tampa, na Flórida, e San Juan, em Porto Rico. A chegada à capital gaúcha ocorreu às 17h13. Até o momento, autoridades americanas e brasileiras não confirmaram oficialmente a razão da presença da aeronave.
Apelidado de “Gatekeeper” (“Porteiro”), o avião já foi mobilizado em crises internacionais, como a explosão no porto de Beirute, em 2020, e em eventos de grande visibilidade, incluindo os Jogos Olímpicos. Equipado com sistemas avançados de comunicação, sensores e capacidade de reabastecimento em voo, o C-32B garante mobilidade e autonomia a operações sigilosas em qualquer parte do mundo.
Procurados pelo Globo, a Força Aérea Brasileira, a Anac e a Embaixada dos Estados Unidos no Brasil não responderam até a última atualização da reportagem.
Momento delicado
O possível aumento da presença de agentes estadunidenses em solo nacional se dá em um momento crítico. Aumentam as pressões sobre o Supremo Tribunal Federal (STF), que se mobiliza para inviabilizar a aplicação da Lei Magnitsky contra o ministro Alexandre de Moraes. A Casa Branca atacou o Judiciário brasileiro, em defesa de Jair Bolsonaro, aliado ideológico do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
Além disso, aumentam as ameaças de Washington sobre a região como um todo. Os EUA deslocaram navios militares para a costa da Venezuela. Os EUA dizem buscar promover uma intervenção na região em nome do combate ao crime organizado, embora estejam realmente interessados em capturar os recursos naturais da região.
- Avião da CIA em Porto Alegre. Foto: Wikimedia Commons.
- Fonte: Brasil 247/O Globo