
Sai Campos Neto, entra Galípolo, e nada muda: BC eleva juros ao maior nível em quase 20 anos
7 de maio de 2025 19:46 |A alta do preço dos alimentos e da energia e as incertezas em torno da economia global fizeram o Banco Central (BC) aumentar mais uma vez os juros. Por unanimidade, o Comitê de Política Monetária (Copom) aumentou a taxa Selic, juros básicos da economia, em 0,5 ponto percentual, para 14,75% ao ano. A decisão era esperada pelo mercado financeiro. Essa foi a sexta alta seguida da Selic. A taxa está no maior nível desde agosto de 2006, quando também estava em 14,75% ao ano.
É a primeira decisão do ex-presidente do Banco Central Roberto Campos Neto informar ao “mercado” que assumirá o cargo de vice-presidente e chefe global de políticas públicas do Nubank em julho. O economista também será um membro não independente do conselho de administração da Nu Holdings. E após o BC ser assumido pelo economista Gabriel Galípolo como novo presidente do Banco Central. Ele terá terá mandato fixo de quatro anos – ou seja, não poderá ser destituído pelo governo até o fim de 2028. Ele era o diretor de Política Monetária do Banco Central. Entre 2022 e 2023, ele esteve nas equipes de campanha do então candidato ao Planalto, de transição de governo e do Ministério da Fazenda, chefiado por Fernando Haddad.
Campos Neto no Nubank
Como executivo, Campos Neto deveria “liderar os esforços em inovação, estratégia de negócios e regulação internacional” do Nubank, uma função que ele havia expressado interesse ao sair do Banco Central. Em nota oficial, o banco afirmou que Campos Neto se reportará diretamente a David Vélez, fundador e CEO do Nubank, destacando que o ex-BC ajudará a apoiar o programa de expansão internacional da instituição e o relacionamento com reguladores financeiros globais.
Além disso, Campos Neto também deve representar a Nu Holdings em fóruns e conselhos internacionais e ajudar a elevar a análise econômica e de risco para operações do banco no Brasil na América Latina. “Estamos confiantes de que sua vasta experiência técnica nos setores financeiro e regulatório proporcionará uma liderança estratégica valiosa para o crescimento contínuo de nosso portfólio e operações na América Latina e em futuras geografias”, completou o CEO do Nubank.
Foto: Foto: Sede do Banco Central – Reuters/Adriano Machado
Fonte: A partir de informações do 247 e G1