CPI na Delegacia: Fabiano Contarato é eleito, no limite, presidente da CPI do Crime Organizado. Oposicionista Alessandro Vieira será o relator

4 de novembro de 2025 13:33

Dois ex-delegados de polícia, os senadores Fabiano Contarato (PT-ES) e Alessandro Vieira (MDB-SE) estão co comando da recém-instalada Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Crime Organizado. Vieira, autor do requerimento de instalação da CPI, era favas contadas, mas a entra do PT foi no detalhe: Contarato, presidente, foi eleito por 6 votos a 5, nesta terça-feira (4). Por acordo, Alessandro Vieira (MDB-SE), será o relator dos trabalhos.

Contarato derrotou em votação secreta o candidato da oposição ao cargo de presidente, senador Hamilton Mourão (Republicanos-RS), por apenas um voto de diferença. Com a vitória de Contarato, Mourão foi escolhido, por aclamação, vice-presidente da CPI. A CPI do Crime Organizado foi instalada em meio à repercussão da operação das forças de segurança do Rio de Janeiro – tratado, nos meios progressistas, como chacina (metade dos mortos nem eram fichados) contra o Comando Vermelho (CV), que deixou 121 mortos na semana passada.

Vieira, de perfil conservador – até recentemente era tucano, e, antes, foi da REDE, PPS e Cidadania – atuou como delegado da Polícia Civil por 17 anos no estado de Sergipe. Contarato – que foi eleito pela REDE – foi delegado da Polícia Civil do Estado do Espírito Santo desde 1992, até ser eleito para o Senado.

O início dos trabalhos da comissão ocorre em meio à disputa entre o governo e a oposição por protagonismo nas pautas relacionadas à segurança diante da pressão da opinião pública por respostas à expansão das organizações criminosas no país.

“Que fique claro: eu não apoio a barbárie, não apoio ações violentas ou desumanas. Mas também não podemos, de dentro de nossas casas seguras, bem alimentados e distantes das balas, romantizar a vida de quem precisa seguir as leis de criminosos para se manter vivo”, afirmou Contarato.

“Essa realidade exige compromisso sério de enfrentamento. O combate ao crime organizado só será eficaz se for contínuo e progressivo. Não pode se amparar em ações isoladas. O Estado precisa retomar o controle das comunidades, oferecer emprego”, completou o parlamentar do PT após ser eleito presidente da CPI.

Conforme o pedido de criação, a comissão vai investigar a atuação de facções, como o CV e Primeiro Comando da Capital (PCC), além das milícias.

Também será apurado o crescimento dessas organizações criminosas nos últimos anos, assim como fontes de financiamento e infiltração no poder público.

Ao final, a CPI deve propor medidas, como alterações na legislação, para fortalecer o combate ao crime organizado. A expectativa é que a comissão funcione por 120 dias.

Integrantes

A CPI terá 11 titulares e sete suplentes. Entre os nomes indicados, há quadros experientes e figuras centrais na disputa entre governo e oposição como:

Oposição

  • Flávio Bolsonaro (PL-RJ)
  • Sergio Moro (União-PR), suplente
  • Marcos do Val (Podemos-ES)
  • Magno Malta (PL-ES)
  • Márcio Bittar (União Brasil-AC)

Governo e aliados

  • Jaques Wagner (PT-BA), suplente
  • Otto Alencar (PSD-BA)
  • Rogério Carvalho (PT-SE)
  • Randolfe Rodrigues (AP), suplente
  • Jorge Kajuru (PSB-GO)

O que a CPI vai investigar?

A CPI deve funcionar por 120 dias e pretende apurar:

  • estrutura e expansão de facções como PCC e CV e de milícias;
  • fontes de financiamento e lavagem de dinheiro;
  • domínio territorial e prisional;
  • conexões regionais e transnacionais;
  • atuação e possível infiltração no poder público;
  • apontar mudanças legislativas.

    Não vai detector de metais na entrada dessa CPI.
  • Fabiano Contarato (PT-ES), eleito presidente da CPI do Crime Organizado. Foto: Reprodução/TV Senado
  • Fonte: G1

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