Alckmin reúne equipe para tratar de tarifaço dos EUA nesta segunda

4 de agosto de 2025 10:05

O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin (PSB), coordena nesta segunda-feira (4) uma reunião com integrantes da equipe econômica e comercial do governo.

O encontro é um dos preparativos para a finalização do plano de contingência para proteger a indústria nacional, o agro e o emprego das tarifas de 50% impostas pelos Estados Unidos que entram em vigor nesta semana.

A reunião com Alckmin faz parte do esforço do governo para estruturar uma resposta articulada ao tarifaço, que atinge setores estratégicos da economia brasileira. O debate acontece no prédio do MDIC (Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços), a partir das 14h.

Participam do encontro o secretário executivo do MDIC, Márcio Elias Rosa; o secretário de Desenvolvimento Industrial, Uallace Moreira; a secretária de Comércio Exterior, Tatiana Prazeres; o presidente da ApexBrasil, Jorge Viana; além de integrantes da Camex e da assessoria diplomática do governo.

Embora a nova alíquota de 50% entre em vigor nesta semana, cerca de 700 produtos brasileiros ficaram de fora da sobretaxa e continuam sujeitos à tarifa de 10%, segundo a lista divulgada pelos EUA. Com isso, 44,6% das exportações do Brasil ao país foram poupadas, de acordo com levantamento da pasta comandada por Alckmin.

O pacote de medidas deve ser publicado nos próximos dias, segundo o ministro da Fazenda, Fernando Haddad. A proposta está sendo calibrada com base no anúncio feito pela Casa Branca na última quarta-feira (30) e será enviada à Casa Civil.

“Parte do nosso plano está previsto para ser apreciado nos próximos dias, de proteção à indústria brasileira, aos empregos no Brasil. Ao agro também, quando for o caso”, afirmou Haddad na semana passada.

Em paralelo às ações internas, o governo também aposta na frente diplomática. Haddad deve se reunir virtualmente nos próximos dias com o secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, em uma tentativa de manter o diálogo aberto, despolitizar as tensões e preparar terreno para uma eventual conversa entre os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Donald Trump.

China libera 183 empresas do Brasil para exportar café após tarifaço dos EUA

Com seu tarifaço, Trump pode estar ajudando a aproximar ainda mais Brasil e China – efeito colateral de sua medida unilateral. A China autorizou 183 empresas brasileiras a exportarem café para o país, segundo a embaixada chinesa no Brasil. O anúncio foi feito no sábado (2) pelas redes sociais.

A medida começou a valer em 30 de julho e beneficia os exportadores brasileiros, que foram afetados pela nova tarifa de 50% imposta pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, na última semana.

As novas licenças para exportar café à China têm validade de cinco anos, de acordo com a embaixada.

A tarifa de 50% anunciada pelos Estados Unidos começa a valer em 6 de agosto e atinge produtos como o café brasileiro.

A nova taxa representa um desafio para exportadores brasileiros, que vendem cerca de 8 milhões de sacas de café por ano aos Estados Unidos. Agora, eles buscam alternativas para os produtos.

China é o maior parceiro comercial do Brasil. Já os Estados Unidos compram grandes volumes de carne bovina, suco de laranja e outros produtos brasileiros, além do café.

Em junho, o Brasil exportou 440 mil sacas de café para os Estados Unidos — quase oito vezes mais que as 56 mil sacas vendidas à China. Os dados são do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé).

Questionados pela Reuters, o Ministério da Agricultura e o Cecafé não comentaram o assunto até a última atualização desta reportagem.

A reportagem não conseguiu contato com a autoridade alfandegária da China.

O Brasil detém cerca de um terço do mercado de café dos EUA, um comércio avaliado em US$ 4,4 bilhões nos 12 meses encerrados em junho.

Produtos mais afetados pelo tarifaço de Trump: café. Infográfico/CNN
Produtos mais afetados pelo tarifaço de Trump: suco de laranja Infográfico/CNN
Produtos mais afetados pelo tarifaço de Trump: carne. Infográfico/CNN
  • Foto do vice-presidente e ministro Geraldo Alckmin: reunião com integrantes da equipe econômica e comercial do governo para finalizar plano de contingência. Foto: Adriano Machado/Reuters
  • Fonte: CNN Brasil

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