
Velório de Juliana Marins começa com acesso ao público em Niterói. Depois, só familiares poderão participar até a cremação
4 de julho de 2025 11:21O velório da publicitária Juliana Marins, 26, começou nesta sexta-feira (4) no Cemitério Parque da Colina, em Niterói (RJ), cidade onde ela vivia com a família. A cerimônia de despedida será aberta ao público até meio-dia e depois será restrita à família e amigos das 12h30 às 15h.
Após a Justiça do Rio de Janeiro autorizar nesta quinta-feira (3), o corpo de Juliana será cremado logo após o velório.
A autorização para o procedimento foi concedida pelo juiz Alessandro Oliveira Felix, titular da Vara de Registros Públicos da capital fluminense, a partir de pedido feito pela irmã da jovem, Mariana Marins.
“Deve ser deferido o pedido, como forma de permitir a observância do postulado constitucional de dignidade da pessoa humana, não apenas com relação ao de cujus, mas, de igual modo, quanto aos seus familiares, que pretendem que seja promovida a cremação de seu ente querido, como forma de homenagem à sua vontade”, escreveu o magistrado em trecho da decisão.
O pedido foi feito pela Defensoria Pública do Estado do Rio, após atuação conjunta com a Defensoria Pública da União. A liberação do corpo dependia da conclusão de uma nova autópsia, realizada no Brasil a pedido da família.
Juliana havia passado por necropsia na Indonésia, mas parentes pediram a reavaliação para esclarecer com mais precisão a causa e a hora da morte, além de verificar sinais que pudessem ter passado despercebidos pela perícia local.
A nova autópsia foi realizada na manhã de quarta-feira (2), no Instituto Médico Legal do Rio. Segundo o Departamento-Geral de Polícia Técnico-Científica da Polícia Civil, o exame começou às 8h30 e durou pouco menos de duas horas e meia.

Dois peritos legistas da Polícia Civil conduziram o exame, que foi acompanhado por um perito da Polícia Federal, um assistente técnico da família e pela irmã de Juliana, Mariana Marins. O laudo preliminar deve ser entregue em até sete dias.
A família ainda não tem certeza sobre a data da morte. Juliana caiu no monte Rinjani, na ilha de Lombok, na Indonésia, no dia 20 enquanto fazia a trilha. Inicialmente ela chegou a ser vista com vida, mas o resgate só a alcançou no dia 24, quando já estava morta.
O corpo foi resgatado no dia 25, com múltiplas fraturas e grave hemorragia interna, o que explicaria a morte, segundo o médico legista responsável pela autópsia. Pela estimativa do médico, a turista brasileira pode ter sobrevivido por quatro dias após a primeira queda.
Em publicação nas redes sociais, a família disse entender que a equipe de resgate foi negligente e que vai lutar por justiça.

O local em que ela caiu era de difícil acesso, e as buscas precisaram ser paralisadas diversas vezes devido às más condições climáticas.
É possível que a brasileira tenha sofrido uma segunda queda. No dia 21, vídeo feito por drone captou Juliana, sentada e em movimento, em um local íngreme. No dia 24, quando foi encontrado o corpo, outra gravação mostrou que ela estava em um local diferente, mais plano. A segunda queda pode tê-la levado mais para o fundo do penhasco.

O corpo de Juliana chegou ao Brasil na noite de terça (1º), trazido pela FAB (Força Aérea Brasileira), que fez o transporte de Guarulhos (SP) até a Base Aérea do Galeão, na zona norte do Rio.
Na Indonésia, a polícia da ilha de Lombok anunciou na segunda (30) que já ouviu testemunhas e inspecionou o local onde Juliana caiu para tentar identificar se houve qualquer tipo de irregularidade na morte dela.
Foto Juliana Martins/Reprodução redes sociais.
Fonte: Folha de S.Paulo